quarta-feira, 3 de março de 2010

Rapidinhas da partida entre Guarapuava e Telêmaco Borba

Apupos - mesmo com o público de 236 pagantes, os árbitros Jefferson de Carvalho e Marcos de Almeida não escaparam dos "elogios" da torcida, principalmente após uma entrada - sem bola - do atleta Maicon de Telêmaco Borba.

Bate-bola - com um público maior, o tradicional "bate-bola" das crianças, que ocorre durante o intervalo, voltou a ser realizado.

Contundido - o fixo Ademir - que não participou da partida de ontem, pois estava contundido - assistiu o jogo ao lado de um membro do Grupo Gestor. Na próxima semana, o atleta passará por exames mais detalhados para saber se poderá participar da estreia contra o Paraná Clube. Apesar da contusão, a expectativa no clube é que de que o problema não seja grave, de acordo com o diagnóstico inicial realizado pelo médico Eric Diegues.

Novato - na partida de ontem, além dos goleiros Brigadeiro, Roni e Ethiene, Guarapuava contou também com a presença do recém-chegado Wellington, oriundo do futsal londrinense. O jogador de 17 anos passa por testes, mas deve ficar na equipe, já que devido a idade o atleta pode ser usado em competições sub-17. Em 2010, Guarapuava disputará competições na categoria. Além disso, o time sub-17 também será a base da equipe da cidade na disputa do estadual sub-20.

Pé-frio - o editor e fotógrafo do blog Clique Esporte (cliqueesporte.blogspot.com), Márcio Nei dos Santos, se preparou para fazer a "foto do gol" na hora do cobrança do tiro livre, realizado pelo ala Biro. Mas assim como no pênalti batido pelo ala Ricardinho na partida contra Cantagalo, não foi dessa vez...

segunda-feira, 1 de março de 2010

O legado esportivo do Tio Guarani

Há uma semana faleceu Luiz Cleve Teixeira, o Tio Guarani. Noticiamos o fato na Rede Sul de Notícias e eu pretendia escrever uma matéria para a Tribuna sobre o legado esportivo dele - o tema foi escolhido de acordo com minha, digamos, "afinidade editorial". No entanto, a falta de espaço - a Tribuna tem circulado com oito páginas desde janeiro - e de tempo impediu qualquer iniciativa nesse sentido, embora seja importante destacar que o repórter Júlio Stanczik tenha produzido um texto onde o ex-jogador e técnico, Dirceu Pato, comentava a morte de Teixeira.

Com essas limitações, ficam registradas aqui algumas considerações sobre o falecimento de Guarani. Moro há seis anos em Guarapuava e nunca cheguei a ter contato pessoal com ele. Minha maior aproximação com Teixeira foi através da minha pesquisa, produzida como trabalho de conclusão de curso para História, e iniciada em 2008.

Sempre destacando a necessidade de pensarmos as rivalidades do futebol enquanto fenômenos sociais, escolhi como objeto de estudo o clássico do futebol amador de Guarapuava "Gre-Gua", que colocava frente à frente Grêmio Esportivo do Oeste e Guarapuava Esporte Clube. A partir da definição do tema, ao tomar conhecido do papel desempenhado por Guarani através da obra memorialista "Reminiscências do Passado", de autoria dele próprio, Teixeira logo surgiu como primeiro nome a ser entrevistado. Mas a devido ao percurso da pesquisa e a escolha de outro tipo de fonte, os jornais impressos, como prioritária, não cheguei a ter contato com Guarani.

Mas foi justamente durante a pesquisa que a figura dele se sobressaiu. Primeiro como atleta - Teixeira era meio-campo - ligado ao Guarapuava, na década de 1930, e depois como dirigente, responsável pela reativação do clube em Guarapuava em 1940 - um ano antes Guarani havia participado da fundação do São Cristóvão. O retorno do Guarapuava foi um importante passo para tirar o futebol local dos ostracismo vivido na década de 1930, quando os clubes foram encerrando as atividades um por um.

Também foi a reativação do Guarapuava que permitiu o surgimento do "Gre-Gua" - uma dissidência do alvi-negro fundou o Grêmio em 1945. Tendo a rivalidade como um dos combustíveis - utilizado, inclusive, pela imprensa, que logo apelidou o confronto de "clássico dos clássicos" - o futebol em Guarapuava experimentou na década de 1950 um progresso nunca visto no local. Se organizou uma liga municipal e os campeonatos passaram a ocorrer com certa regularidade, recebendo atenção da imprensa local através de publicações como a "Folha do Oeste".

Na crônica esportiva, em ascensão na época, Teixeira atuou como redator da coluna "Sete Dias nos Esportes", publicada na "Folha do Oeste", e na Rádio Difusora AM com o progrma "Mundo Esportivo". Na área Guarani se destacou pelo longetividade: comentou as participações de Grêmio e Batel na elite estadual nas décadas de 1970 e 1980 e atuou como cronista esportivo do jornal "Esquema Oeste" até meados da década de 1990.

Voltando ainda ao "Gre-Gua", após colaborar durante anos com o "Lobo Solitário", Teixeira chegou a ser técnico e comandar as categorias de base do Grêmio, hexacampeão municipal na década de 1950. Ao trocar um rival pelo outro, Guarani rompeu, de certa forma, com a dicotomia verificada entre Grêmio e Guarapuava, que opunha o moderno e a elite ascendente contra o tradicional e a elite campeira.

Por fim, Teixeira atuou como organizador de escolhinhas de futebol, incentivando o surgimento de novos talentos, entre eles, o próprio Dirceu Pato.

Minha última tentativa de contato com Guarani foi em dezembro de 2009, quando preparávamos a edição especial de aniversário de Guarapuava. Já bastante doente, Teixeira não pode nos atender. Três meses depois ele faleceu, aos 92 anos.